A sociedade é o maior de todos os cenários de crime. Nela têm sido lançadas, desde sempre e da forma mais subtil, as sementes das mais inacreditáveis atrocidades, eternamente desconhecidas dos tribunais deste mundo.
«Ingeborg Bachmann é a primeira mulher da literatura do pós-guerra, no espaço de língua alemã, a retratar, através de meios radicalmente poéticos, a continuação da guerra, da tortura, da aniquilação na sociedade e nas relações entre homens e mulheres.» Elfriede Jelinek
«Em Malina, não há nada que Ingeborg Bachmann não consiga fazer com as palavras.» The New York Review of Books
«Um clássico feminista.» The Paris Review
Obra adaptada ao cinema por Werner Schroeter em 1991, com guião de Elfriede Jelinek e Isabelle Hupert como protagonista, Malina (1971) é o único romance de Ingeborg Bachmann, o primeiro volume da trilogia «Formas de Morte», interrompida pelo trágico desfecho da autora. Triângulo amoroso numa Viena decadente, viagem aos limites da linguagem e da loucura, encerra nas suas páginas o retrato da destruição de uma mulher. Malina é uma história sobre submissões quotidianas e condescendência masculina, sobre conformidade às expectativas do homem, a custo da perda de identidade, replicando entre quatro paredes a opressão e o silenciamento operados por uma sociedade doente. Em Malina, as palavras queimam, a espera e os desencontros sucedem-se vertiginosamente, e descemos do céu ao inferno: dos píncaros da felicidade aos pesadelos e traumas do século XX. Malina é o fogo, os desejos inflamados que Ingeborg Bachmann pôs no papel, «com a sua mão queimada», para que nunca escrevam por nós a nossa história, e para que a História — que «ensina e não tem alunos» — não se repita.
Sobre o Autor
Ingeborg Bachmann
1938, Áustria: uma criança assiste à marcha das tropas nazis na sua cidade. Este momento, que "destruiu a infância" de Ingeborg Bachmann (1926-1973), e o espectro do pai, partidário do nacional-socialismo, assombrariam a poeta d'O Tempo Aprazado (1953), para quem o fascismo seria sempre, não um monstro derrotado, mas uma ameaça quotidiana. Em 1954, ao surgir na capa da Spiegel, convertia-se num ícone da literatura do pós-guerra, num mito de cabelo curto, lábios pintados e gola alta, arredio à atenção mediática que a faria trocar a Áustria por Itália. Nos anos 50 e 60, integrou o Gruppe 47 e desenvolveu um diálogo íntimo com Paul Celan (Tempo do Coração, Antígona, 2020), a par de uma relação conturbada com Max Frisch. Vários galardões - entre os quais o Prémio Georg Bu?chner - consagrariam uma escritora cuja sensibilidade artística se aliava à denúncia de uma sociedade patriarcal onde os carrascos de ontem eram os poderosos de hoje. Em 1973, após um incêndio em sua casa e uma longa dependência de barbitúricos, morria em Roma "a poeta mais inteligente que a Áustria deu ao mundo no século XX, destroçada pela maldade de uma pátria que continuaria a persegui-la além-fronteiras" (Thomas Bernhard).
Continente:
0,000 até 0,999 kg - 4,20
1 kg até 4,999 kg - 4,40
5 kg até 9,999 kg - 4,70
10 kg ate 19,999 kg - 4,85
20 kg até 30 kg - 4,90
Ilhas:
0,000 até 1,999 kg - 10,07
2 kg até 4,999 kg - 11,37
5 kg até 9,999 kg - 13,90
10 kg até 19,999 kg - 21,78
20 kg até 30 kg - 28,53
Europa:
0,000 até 0,999 kg - 8,37
1 kg até 1,999 kg - 10,47
2 kg ate 2,999 kg - 17,57
3 kg até 3,999 kg - 21,26
4 kg até 4,999 kg - 24,95
Resto do Mundo:
0,000 até 0,999 kg - 15,27
1 kg até 1,999 kg - 24,45
2 kg ate 2,999 kg - 42,02
3 kg até 3,999 kg - 54,20
4 kg até 4,999 kg - 66,37
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