«Contra tudo aquilo que artificializa o homem, contra a técnica e contra a civilização, contra as ideologias e contra as mentiras e os slogans e as propagandas, a Autora ergue a sua voz. Uma voz antiquíssima, do princípio do mundo, apelando para a conaturalidade dos seres, para o seu enraizamento na terra, para a sua esperança infatigável, sempre renascente dos escombros, para o amor que sabe acreditar e que sabe confiar.
Agustina Bessa-Luís, convertida em “sibila”, uma sibila que tem o nome de Amélia, anuncia, mais além do tempo dividido e superficial — o tempo dominado, por exemplo, pela “arte, a política, o dinheiro, a violência” — o tempo “sem separação”, o tempo da liberdade, o tempo em que as lágrimas do homem “correrão de noite, no silêncio da sua vontade livre e acorrentada pelo amor”, o tempo em que ele “não compreenderá o ardil dos seus gestos antigos, nem a palavra de morte que proferia dantes”, o tempo em que ele se encontrará “trémulo no seu despertar, ansioso na comunicação, maravilhado na sua paz”.
Manuel Antunes, em Brotéria
Lisboa, Julho de 1963
Sobre o Autor
Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa nasceu no dia 15 de Outubro de 1922, em Vila Meã, Amarante. Viveu a maior parte da sua vida no Porto. Publicou o primeiro livro, a novela Mundo Fechado, em 1949, muito elogiado por Pascoaes e Aquilino. Seguiram-se, com especial destaque, os Contos Impopulares (1951- -1953) e, em 1954, o duplamente premiado romance A Sibila, que, no dizer de Eduardo Lourenço, "deslocou o centro da atenção literária".Agustina iniciou então, em vertiginoso ritmo, a edição de muitas dezenas de obras percorrendo todos os géneros literários, incluin- do a imprensa periódica, simultaneamente com a representação de Portugal em organismos internacionais, tais como o Congress for Cultural Freedom (1959) e a Communità Europea degli Scritori (1961/62). Tem a Laurea Honoris Causa da Università degli Studi di Roma "Tor Vergata" (2008).
Foi distinguida com o grau de Officier de l'Ordre des Arts et des Lettres, atribuído pelo Governo francês em 1989.Foi Sócia Emérita da Academia das Ciências de Lisboa. Viajou e usou da palavra por quase todo o mundo. Entre outros, foram-lhe conferidos o Prémio Ricardo Malheiros (A. C. L.) 1966 e 1977, o Prémio Adelaide Ristori (Centro Cultural Italiano de Roma, 1975), o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores 1983 e 2001, o Prémio Internacional União Latina 1997, o Prémio Camões 2004 e o Prémio de Literatura do Festival Grinzane Cinema de Turim 2005."Eu considero-a com Fernando Pessoa um dos dois escritores verdadeiramente geniais que Por- tugal produziu no século XX, e creio que todos os outros estão muito, mas muito abaixo deles. Mais, para mim a Agustina é o maior escritor em prosa de toda a literatura portuguesa" (António José Saraiva, in António José Saraiva e Óscar Lopes: Correspondência).Morreu com 96 anos, a 3 de Junho de 2019.
Continente:
0,000 até 0,999 kg - 4,20
1 kg até 4,999 kg - 4,40
5 kg até 9,999 kg - 4,70
10 kg ate 19,999 kg - 4,85
20 kg até 30 kg - 4,90
Ilhas:
0,000 até 1,999 kg - 10,07
2 kg até 4,999 kg - 11,37
5 kg até 9,999 kg - 13,90
10 kg até 19,999 kg - 21,78
20 kg até 30 kg - 28,53
Europa:
0,000 até 0,999 kg - 8,37
1 kg até 1,999 kg - 10,47
2 kg ate 2,999 kg - 17,57
3 kg até 3,999 kg - 21,26
4 kg até 4,999 kg - 24,95
Resto do Mundo:
0,000 até 0,999 kg - 15,27
1 kg até 1,999 kg - 24,45
2 kg ate 2,999 kg - 42,02
3 kg até 3,999 kg - 54,20
4 kg até 4,999 kg - 66,37
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